Atleta olímpica Rebecca Cheptegei morre após ser queimada pelo parceiro
O mundo dos esportes está chocado após a morte de Rebecca Cheptegei, um corredor olímpico de Uganda, que morreu em um hospital queniano em consequência de um ataque brutal com gasolina.
A atleta de 33 anos competiu na maratona feminina nas Olimpíadas de Paris neste verão, onde terminou na 44ª posição.
O trágico incidente ocorreu no último domingo, quando seu companheiro, Dickson Ndiema, encharcou-a com gasolina e ateou fogo após uma disputa, de acordo com o New York Times.
Cheptegei sofreu queimaduras graves em 80% do corpo e, segundo médicos do Hospital de Ensino e Referência Moi de Eldoret, o corredor sucumbiu à falência de múltiplos órgãos.
O comandante da polícia local, Jeremias Kosiom, Ele relatou que Dickson Ndiema, que também sofreu queimaduras no ataque, será acusado de homicídio assim que receber alta do hospital.
As autoridades revelaram que o casal estava envolvido em uma disputa de propriedade, o que teria desencadeado o ataque mortal. Mesmo sendo o pai de Cheptegei, José Cheptegei, alertou as autoridades locais sobre o comportamento ameaçador de Ndiema, as medidas preventivas foram insuficientes para evitar a tragédia.
Uma trajetória olímpica interrompida
Rebecca Cheptegei Ele foi uma das promessas mais brilhantes do atletismo de Uganda.
Sua carreira atingiu o ponto alto com a participação nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Embora não tenha conquistado medalha, seu esforço e dedicação a posicionaram entre as melhores atletas de fundo do continente africano.
Além da participação nos Jogos Olímpicos, Cheptegei disputou diversas competições internacionais, elevando o nome de seu país.
Atletismo Mundial, órgão dirigente do atletismo mundial, emitiu um comunicado expressando sua “profunda tristeza” com a notícia da morte do corredor, qualificando o ataque de um ato intolerável de violência doméstica.
Um crime de feminicídio em ascensão
O caso da Rebecca Cheptegei Faz parte de uma tendência preocupante de violência contra as mulheres em África.
No Quénia, onde ocorreu o ataque, mais de 500 mulheres foram assassinadas em crimes relacionados com o feminicídio entre 2016 e 2023, segundo dados do Centro de Dados de África.
Este tipo de violência afecta gravemente as comunidades, não só no ambiente familiar, mas também no desporto, onde atletas como Cheptegei são vítimas de relações abusivas.