Procurando uma estrela: Andrés Cendan Llorens

Nesta semana, Felipe Gutiérrez entrevista uma nova promessa do triatlo, Andrés Cendan Llorens.

 

 

Conheci Andrés há alguns anos em Alfaz del Pí, quando ele foi proclamado campeão da Espanha na escola. Acabado de chegar à linha de chegada, conversei com o Andrés para a revista Finisher e logo percebi que ele era um triatleta com qualidade não só esportiva, mas também humana.

Alguns anos depois estou de novo diante dele e vejo que tanto a classe esportiva quanto a humana cresceram e não só eu digo isso, mas também os técnicos que trabalham com ele e seus próprios colegas.

Somos frequentadores do facebook e dos 441 “amigos” que tem, partilhamos 113, mais ou menos dentro da média destes jovens triatletas.

Fez 18 anos em Janeiro e como diz "sou um dos mais velhos do meu ano", embora seja júnior do primeiro ano, faltam três anos nesta categoria onde sem dúvida vai "ter o que falar".

Ele é de Santiago de Compostela e se orgulha de ser galego como dois de seus admirados triatletas, Iván Raña e Javier Gomez Noya.

TN- Andrés, que lembranças você tem do seu início no mundo dos esportes, antes de começar o triatlo?

AC- Eu lembro que quando eu tinha 12 anos me inscrevi no futebol e como meu irmão praticava triatlo, ele logo me contou porque eu também não fazia e para tentar nadar. Logo comecei a gostar e quando fiz minha primeira competição e terminei em segundo me deu uma correria que logo larguei tudo e comecei com o triatlo ... e até agora estou aqui.

TN- Antes você nadava regularmente?

AC- Não, já tinha nadado em criança nos cursos típicos, mas nada mais.

TN- Então seu primeiro esporte "sério" foi o triatlo?

AC- Sim porque realmente aprendi a nadar bem com meu treinador de triatlo.

TN- Você começou o triathlon, então por que seu irmão fez triathlon?

AC- Sim, meu irmão Francisco Cendan, a quem chamamos de Poquillo, praticava triatlo e foi assim que comecei. Dei meus primeiros passos no Arcade Inforhouse e depois houve uma série de problemas com os técnicos do clube e saímos e fundamos outro clube, o Dexter Triathlon Compostela, que atualmente é o David Triathlon Compostela Workshops.

 

André Cendan

 

TN- Quem foi seu primeiro treinador de triatlo?

AC- Era o Manuel Carrajo Neira e também trabalhamos com o Antonio Vázquez, outro dos treinadores. Lá eu treinava uma sessão por dia, sempre à tarde e brincávamos de bike no sábado e no domingo sozinhos, éramos todos pedreira e escola.

TN- E um dia você tem a chance de vir ao CAR em Madrid?

AC- Mandem os trabalhos da bolsa e nesse ano fui vice-campeão em Espanha em 2012, que foi também o ano em que o bolsista ganhou e estou aqui em Madrid há dois anos.

TN- E o que falam em casa?

AC- Em casa eles me apoiam muito e a iniciativa de enviar os papéis para a candidatura à bolsa partiu do meu pai.

TN- E você está feliz aqui? Você acha que aqui melhorou muito?

AC- Se estou muito bem e feliz e claro que melhorei, só a forma de treinar é suficiente. Aqui está estudando e treinando.

TN- Como está um dia seu aqui na CAR?

AC- Levanto às 7,30h8 para ir tomar café e a partir das 3h você entra na aula onde temos três horas seguidas. Dependendo do dia saímos de bicicleta ou fazemos uma corrida ou uma transição. Depois, na chegada, tome um banho rápido e entre na sala de aula às XNUMX da tarde para mais três aulas. Às seis ou seis e meia temos ginástica preventiva e natação.

TN- Podemos dizer uma mudança radical?

AC- Sim, é isso.

TN- E para um galego que normalmente tem “sem-abrigo”, não se lembra da sua terra?

AC- No começo custou mais para se adaptar, quando saí de casa com 16 anos, nos primeiros dias se lembrava da minha casa, da minha família, ..., agora depois de dois anos nem tanto, embora sempre haja um ponto de isso se você sentir vontade. Já faz três meses que não vou para casa e "vou embora" amanhã e quero muito. O tempo passa muito rápido aqui.

TN- E não te lembras da comida, da famosa e conhecida sopa galega?

AC- Sim, principalmente o caldo da minha avó. Eu me lembro da sopa galega, do polvo e daquelas coisas.

TN- Agora você tem 100% de dedicação ao triatlo, então suponho que terá objetivos bem claros para 2015, quais são?

AC- Quero ser campeão da Espanha e no nível júnior já é um ponto muito importante, depois me classifico também para o Europeu e para o Mundial, embora seja difícil porque tem triatletas muito difíceis de vencer, mas teremos que lutar por tudo e tentar máximo.

TN- Você quer ser o número 1 o tempo todo? Mas há muita competição

AC- Aqui na categoria de juniores tem gente dura e se me pede para destacar um deles o Carlos Galisteo, que desde que entrou aqui teve uma melhora notável e é um adversário duro.

TN- O triatlo galego está sempre em alta, qual o segredo? Não sei se é aquele caldo galego, o tempo ou que tu só estás melhor

AC- Eu nunca pensei nisso, mas se eu sei que os galegos sempre se destacam, é como os jamaicanos no atletismo.

TN- E eles te chamam aqui de “el Rañita”. Qual é o motivo?

AC- Um dia o Benito quando a gente fazia alongamento depois do treino, eu tinha cabelo comprido e ele me disse que parecia uma foto que ele tinha do Iván Raña quando ele estava aqui em La Blume, que e sendo galego porque você sabe como é o Benito, Ele me chamou de "Rañita" e eu já fiquei com esse nome.

 

André Cendan

 

TN- Iván Raña sabe que te chamam assim?

AC- Sim, ele sabe e ri.

TN- E o que você acha de Raña e Gomez Noya?

AC- Não pude acompanhar tanto o Iván porque quando fui campeão mundial em 2002 tinha 5 ou 6 anos, por outro lado com o Javi fiquei mais fisgado, porque nas Olimpíadas de 2004 eu já pude ver quando ele estava em 4º e para mim É um orgulho que sejam da minha terra e estou muito animada para vê-los.

TN- O que você está estudando agora e o que pretende fazer no futuro?

AC- Eu estudo o 1º do Bacharelado, embora não tenha certeza de que carreira quero fazer, talvez vá fazer Administração e Gestão de Empresas ou talvez INEF, mas ainda não estou claro.

TN- Você pensa nas Olimpíadas?

AC- Sim, claro, fico pensando neles e vou tentar ir aos jogos. Eu gostaria de estar em 2020 com 23 anos e se não em 2024. Se eu quiser.

TN- Você tem ajuda nesse triathlon?

AC- O clube me ajuda nas idas aos campeonatos e tenho ajuda do Spiuk com material que me dá material para treinar.

TN- O investimento da CSD e da Fetri, você acha que dá lucro, você acha que é bom esforço?

AC- Acho muito bom que eles dêem bolsas para poder vir a Madrid treinar e promover o esporte e ajudar pessoas que têm potencial para ser algo no futuro ajuda a se motivar mais e isso é uma ajuda extra.

TN- Você passa muitas horas aqui, existe relacionamento com outros atletas de outras modalidades?

AC- Sim, interagimos com outros atletas, talvez com aqueles que são em sua maioria nadadores e atletas de atletismo.

TN- E com as meninas do boxe?

AC- Não, não temos muito relacionamento com eles, hahaha

TN- E além das típicas saídas às quintas-feiras quando você não treina, o que você gosta de fazer fora do triatlo?

AC- Quando não tenho exames fico na cama o dia todo descansando.

TN- Há poucos dias competiu em Quarteira, a primeira competição internacional do ano. Como foi?

AC- Se estive na Taça da Europa em Quarteira e fiquei muito contente com o resultado já que terminei em 10º, foi um teste mais rápido do que no ano passado, embora naquele dia tenha sido 8º, mas acho que foi um bom resultado.

TN- O que você acha da equipe técnica do CAR?

AC- Desde que comecei tinha um pouco de receio de saber como seria vir a Madrid, a equipa técnica, os colegas ... e o trabalho que temos feito com o Sérgio, Adrian e Benito, estou mais do que feliz com eles. Rimos muito e treinamos muito bem e afinal é isso que conta.

Para finalizar, Andrés e antes de subir na bicicleta, porque é hora de fazer alguns quilômetros, ele nos diz: “Gostaria de agradecer a minha família, meus pais, meu irmão, meus tios por todo o apoio. Também ao meu primeiro treinador, Manuel Carrajo, com quem comecei a arranjar alguma base e claro aos treinadores do CAR, Sérgio, Adrian e Benito e aos companheiros de equipa que me divirto muito com eles e claro que agradeço aos colaboração com Spiuk ”.

 

Pois bem, é altura de se despedir do Andrés, tem de ir de bicicleta agora e está um pouco nervoso porque amanhã ao dizer “vou para casa”, com certeza a sopa galega vai dar-lhe forças para enfrentar uma época difícil no regresso. queremos ser o único a subir para o número um durante todo o ano. Boa sorte "Rañita"

 

Felipe Gutiérrez

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