UCI vende Armstrong de seus sete Tours de France

Lance Armstrong não ganhou mais sete Tours de France. Ele não venceu nenhum, porque a UCI decidiu que as evidências de que o ciclista texano doping durante esses anos de glória (de 1999 a 2005) são conclusivas e pesam demais. Portanto, já existe uma nova verdade oficial e Armstrong, que já foi o modelo de esportista que muitos olhavam, é o anjo caído e despojado de suas melhores vitórias.

A UCI explicou hoje que reconhece a sanção imposta pela USADA e que não recorrerá ao Tribunal Arbitral do Desporto. "Armstrong não tem lugar no ciclismo", disse o presidente da UCI, Pat McQuaid.

“É um marco para o ciclismo, que sofreu muito com o impacto deste relatório. A minha mensagem para o ciclismo e para os patrocinadores é que há futuro”, disse McQuaid ao explicar a decisão da entidade que dirige. Essa decisão fecha o cofre no qual a USADA, com seu relatório de 202 páginas e várias centenas de anexos, colocou a lenda de Armstrong.

Esse relatório foi divulgado ao mundo em 10 de outubro, para desdém de quem até alguns anos atrás era um modelo para a sociedade e mostra (agora também para a UCI, que também suspeitava) que Armstrong, de fato, ele estava na vanguarda de um plano antidoping eficaz, com riscos de intimidação com os quais não concordava. "Os testes mostram, sem sombra de dúvida, que a equipe de ciclismo postal dos EUA lançou o programa de doping mais sofisticado, profissionalizado e bem-sucedido que o esporte já conheceu em sua história", diz o texto, que a mais alta entidade de ciclismo mundo certifica com sua decisão. O relatório é apoiado por testemunhos de 26 pessoas. Entre eles, 15 ciclistas, ex-parceiros como Hincapie, Zabriskie ou Vaughters, para quem Armstrong disse: "Agora que você também usa EPO, não pode escrever um livro sobre isso". Também existem registros de pagamento, e-mails, análises científicas e relatórios policiais.

Todo um arsenal de evidências foi disponibilizado para a UCI, que não teve piedade. Tudo começou em 2010, com os e-mails enviados por Floyd Landis, ex-colega e amigo de Armstrong, para a USADA, em que ele relatou transfusões de sangue, o uso generalizado de EPO na equipe e viagens a Girona. (o enredo espanhol). Com base nesse material, e com base no fio que estava sendo fornecido por colegas e documentos, a USADA, uma agência independente, mas financiada pelo governo dos Estados Unidos, colocou em um documento o que outros haviam falado anteriormente em livros de pesquisa.

Apenas duas semanas atrás, o documento foi divulgado e causou sensação porque contou, em detalhes e com precisão, como Armstrong construiu sua lenda sobre o engodo do doping. E hoje, a UCI encerrou o caso e confirmou que, para o mais alto órgão de ciclismo, esse documento é a nova verdade. Doping de Armstrong e, por esse motivo, ele não é mais o campeão mais brilhante que passou pelo Tour de France.

Fonte: o país

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