Marisol Casado alarmado com a campanha de Yu para tirar a presidência da UIT

A espanhola Marisol Casado, membro do COI, sente-se "nocauteada, afectada e muito preocupada" com a campanha lançada pela sul-coreana Kyung-Sun Yu para a substituir na presidência da União Internacional de Triatlo (ITU) e considera que é poderia prejudicar a boa consideração que seu esporte tem nas organizações olímpicas.

Casado, presidente da UIT desde 2008 e, graças a isso, membro do COI desde 2010, concorre a um novo mandato nas eleições de 23 de outubro em Auckland (Nova Zelândia), nas quais também será candidato Yu, atual vice-presidente e que não havia informado os espanhóis de suas intenções.

“Não esperava de forma alguma que houvesse outro candidato porque a gestão destes quatro anos tem sido excelente. Todos concordam", disse Casado à Efe hoje.

O presidente da UIT diz que “o problema fundamental, o que mais me preocupa, é qual a mensagem que estamos a enviar ao COI”.

"Parece-me que deve haver razões muito fortes para querer derrubar um presidente que está no cargo há apenas quatro anos e apenas dois como membro do COI", acrescentou.

Segundo Casado, “quando leva oito ou doze anos e foi feito completamente errado, entende-se. Mas nesses anos só tivemos sucessos. Você não pode falar sobre a necessidade de mudanças urgentes. Só pode haver motivos pessoais."

O sul-coreano Yu, presidente da Confederação Asiática de Triatlo desde 2003, teve de renunciar na primavera passada ao cargo de chefe de missão da equipe sul-coreana que disputaria os Jogos de Londres, quando foi envolvido em uma investigação judicial por corrupção relacionada à empresa que dirige, Eugene Corporation. No final das contas, ele não foi condenado.

Na opinião de Marisol Casado, “o grande sucesso do triatlo nos Jogos de Londres causou muita inveja”.

O espanhol lembra que em setembro de 2013 o COI decidirá quais são os 25 esportes permanentes no programa dos Jogos, entre os 26 que já participaram de Londres 2012, e que não convém passar a imagem de uma federação problemática.

Além disso, destaca que “neste momento, o Triathlon é uma federação modelo. Mas turbulências como uma mudança de presidência nos colocariam em um grupo totalmente diferente e podem enviar uma mensagem preocupante."

“Estou muito preocupado com a eleição de 23 de outubro. Meu dever de casa está feito, e bem feito. Mas se a candidatura de Yu for adiante, é porque algo estranho está acontecendo, e não posso lutar contra isso", afirmou. “É difícil para mim entrar nesta campanha. Minha campanha são meus quatro anos de mandato."

Casado não falou com Kyung-Sun Yu sobre a sua candidatura surpresa: "Estamos a meio da época e só continuo a trabalhar, mas terei de fazer um esforço de comunicação para que o problema seja bem compreendido."

A espanhola teme que Yu "baseie sua campanha em acusações infundadas" contra ela e afirma que sua rival "está usando relatórios parciais do Executivo da UIT para manipulá-los contra mim. E me acusa de despesas que não existem. Sou o presidente mais austero do mundo. Eu nem viajo a 'negócios'”.

"Tenho o consolo de que, se ele ganhar as eleições, sei que será por alguma coisa estranha", insiste Casado, que se perdesse a presidência da UIT também deixaria de ser membro do COI porque foi eleito devido à sua posição federativa.

EFE

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